Mais uma vez, tive o privilégio de participar do TEDxJundiaí, evento que aconteceu no dia 07 de novembro, no Centro das Artes, sala Glória Rocha, em Jundiaí. Em 2023, o tema “Territórios” me fez ficar vários dias curtindo as aspirações e inspirações e, este ano, com o tema “Olhares”, não foi diferente. Por isso, resolvi trazer neste texto o meu olhar, ou, quem sabe, meus olhares, sobre as palestras.
Mas o que é o TEDx?
O TEDx é um programa global de eventos locais organizados de forma independente e licenciados pela organização TED, conhecida por suas palestras inspiradoras chamadas TED Talks. Enquanto o TED reúne especialistas em diversas áreas em escala global, o TEDx leva esse espírito de disseminar "ideias que merecem ser compartilhadas" para as cidades ao redor do mundo.
O que diferencia o TEDx?
O TEDx promove ideias que estão mais próximas da realidade local, conectando o público com questões e iniciativas que têm impacto direto em suas vidas. Com formato de palestras com duração de até 18 minutos, o evento estimula a troca de conhecimentos, promovendo aprendizado e ideias inovadoras.
Confira o que rolou no TEDxJundiaí abaixo.
Palestrante: Jorge Bellix, engenheiro agrônomo e presidente da Associação Mata Ciliar
Jorge Bellix compartilhou seu projeto “De olho nos rios”, que monitora e preserva os rios da região de Jundiaí, integrando comunidades à causa ambiental.
Diante da crise climática que estamos vivenciando, essa iniciativa é essencial para a educação ambiental, promovendo práticas sustentáveis e conscientização sobre a importância dos recursos hídricos. Mais informações sobre o projeto podem ser acessadas aqui.
Palestrante: Mônica Cereser, psiquiatra, escritora e criadora do podcast Educando sua Mente
Mônica trouxe em sua palestra a importância de nos conectarmos com nossa “criança interior”, a parte de nós que guarda memórias, medos e sonhos do passado. Ela explicou como reconhecer essa criança pode nos ajudar a lidar com nossas emoções e a cultivar um olhar mais leve e compassivo sobre a vida.
Palestrante: Valéria de Paula, administradora, produtora cultural e servidora pública
Valéria nos trouxe uma importante reflexão: o apagamento das contribuições dos povos africanos na construção de Jundiaí, algo que Cida Bento chama de pactos narcísicos entre os brancos e diz que “o silêncio, a omissão ou a distorção que há em torno do lugar que o branco ocupou e ocupa, de fato, nas relações raciais” é o aspecto mais importante nas desigualdades raciais.
Em Jundiaí, iniciativas como a Rota Afro, promovida pela Unidade de Gestão de Cultura (UGC), com os departamentos de Cultura e Patrimônio Histórico, realiza um Circuito de Memória da População Negra em Jundiaí, e busca fazer um mergulho em memórias perdidas e histórias não contadas dos povos africanos na cidade. Para saber mais sobre a Rota Afro, acesse https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2023/11/20/rota-afro-chega-ao-primeiro-ano-com-900-visitantes-e-20-edicoes/
Palestrante: Wagner Nacarato, artista, produtor cultural e diretor do Teatro Polytheama
Wagner compartilhou como a arte e a cultura transformaram seu olhar para a vida durante momentos desafiadores. Me conectei muito com a sua história e jornada de vida, pois, após o diagnóstico de câncer de mama, também precisei ressignificar minhas prioridades, urgências, estilo de vida e o meu olhar comigo e com o mundo. Fazendo estas reflexões, lembro-me do livro A morte é um dia que vale a pena viver, de Ana Claudia Quintana Arantes. A autora nos convida a pensar na finitude como uma oportunidade de valorizar o presente, algo que Manoel de Barros também traduz nos seguintes versos:
“Eu vejo as coisas de um jeito que a maioria não se permite ver. Mas tenho tido várias oportunidades de capturar a atenção de pessoas interessadas em mudar de posição, de ponto de vista. Algumas apenas podem mudar, outras precisam; o que nos une é o querer. Desejar ver a vida de outra forma, seguir outro caminho, pois a vida é breve e precisa de valor, sentido e significado. E a morte é um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida.”
Palestrante: Marcel de Souza, ex-jogador profissional de basquete e atual médico
Marcel revisitou os desafios e as oportunidades de transitar entre carreiras, nos fazendo refletir sobre motivação, aspirações e legado. Sua fala me fez relembrar minha própria transição do mercado corporativo para a educação. No início, enfrentei meus próprios preconceitos sobre a docência, vista por muitos com um olhar pejorativo. Contudo, foi nesse caminho que encontrei propósito e sentido de ser para o mundo.
Palestrante: Nill, rapper, produtor musical e fundador do coletivo Sound Food Gang
Nill falou em sua apresentação sobre suas inquietações criativas e sua conexão com a música. Não conhecia Nill, então fiz uma pesquisa sobre sua produção e descobri que seu álbum Regina mistura o estilo lo-fi e vaporwave, movimento que liga música e estética artística. Um estilo musical de que gosto muito, mas desconhecia o conceito do termo vaporwave.
Palestrante: Hildon Vital de Melo, “Camaleão Albino”, filósofo, professor, escritor e guia cultural
Hildon encerrou o evento, nos lembrando do poder transformador da educação. Como educadora, acredito que ensinar é abrir portas para novos olhares e possibilidades, fomentando mudanças que reverberam em toda a sociedade.
O TEDxJundiaí é, sem dúvida, um espaço importante para novas ideias e novos olhares. É um convite para novos saberes, transformação, inspiração e aspirações. O “w” da questão agora é segurar a ansiedade para 2025.
Saiba mais sobre o TEDxJundiaí, acessando este link https://www.tedxjundiai.com.br/
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